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Com Amor, Simon, 2018. |
Nick Robson é Simon. Simon tem um segredo. Simon tem uma família e amigos. Simon é amado pelos seus amigos e familiares, e Simon tem um segredo. Simon é gay e é sobre isso que o filme é: sobre seu processo de aceitação.
Ele conhece Blue, um garoto do seu colégio com o qual ele troca e-mails de forma anônima sobre todo o processo de aceitação. Com a proximidade sentimental, laços são criados entre eles e, por Blue, Simon se apaixona sem antes mesmo conhecer sua identidade. O contato entre eles é perdido quando alguém descobre os e-mails trocados entre os dois garotos que até então não eram assumidos para ninguém. Simon, que tem a conta de e-mail invadida, passa a ser chantageado, e tamanha pressão é mais do que suficiente para dar início a um processo de abalo na relação dele para com seus amigos e familiares.
Eu fui assistir ao Com Amor, Simon com o comentário do Papel Pop ecoando em minha mente: "trilha sonora maravilhosa". Eu preciso concordar. E eu preciso concordar em voz alta. Whitney Houston, Bleachers, The Jackson 5, Troye Sivan, Meghan Trainor, The 1975, Khalid e Normani, e uma fanfarra tocando Bad Romance da Gaga (eu juro que eu precisava mencionar o fato de que existia uma fanfarra tocando Bad Romance, eu estava começando a ficar chateado que no meio de tantas boas referências a Gaga não fosse inserida).
O filme é um adaptação do livro Simon vs A Agenda Homo Sapiens da Becky Albertalli e dirigido por Greg Berlanti (DC feels). Eu tentei escrever essa crítica de forma respeitosa sem ofender ninguém com meu parecer. Espero cumprir com o que planejava. O filme se trata de mais um caso de Esquadrão Suicida: boa trilha sonora, filme ruim. Não diria ruim, mas fraco, utópico, clichê demais, foge totalmente daquilo que chamamos de verossímil. O filme parece mais uma produção sobre adolescentes da Netflix, uma nova temporada da Malhação (se bem que as últimas temporadas da Malhação têm acertado na mosca), uma versão piorada e de baixo orçamento das adaptações do John Green para o cinema (e olha que as adaptações do John Green para o cinema não são lá aquelas coisas toda), a cara das coisas que a Intrínseca adora trazer para o Brasil (aliás, eu nem sei que editora trouxe o livro para o Brasil, mas parece óbvio, não?).
O filme tem poucos pontos fortes e os fracos se sobressaem. Se comparado ao
Beira-Mar, que é outro filme gay, e que tem crítica aqui no blog, os diálogos são bem construídos e cumprem com o expressar sentimental das personagens, mas pecam em exagerar no drama. As atuações são entre medianas para boas, e acho que, além da trilha sonora, o que salva o filme é atuação e o elenco. A história é entediante e previsível. E por ser uma história que explora o sentimento das personagens durante todo o filme (e talvez isso seja mais um ponto positivo) te dá uma sensação de acolhimento, conformidade e por conseguinte superestimação mesmo achando lá no fundo que o filme não passa de ser mediano, ok, dá para assistir a ele com a família em um domingo à noite quando todo mundo está morrendo de sono e esperando a segunda-feira chegar. Persuasão é a palavra. Ele também te faz querer ter um namoradinho. Persuasão de novo. Típico dos contos de fadas gay, vide Hoje Eu Quero Voltar Sozinho,
Beira-Mar, Me Chame Pelo Seu Nome, que mesmo se encaixando na categoria "contos de fadas gay", "utópico", "foge totalmente daquilo que chamamos de verossímil" têm muita coisa a se aproveitar, o que não é o caso do Com Amor, Simon. Desculpa.
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